Na newsletter da semana passada comentei que iríamos ter surpresas bem interessantes e elas vieram. Algumas notas rápidas dos lançamentos de hoje:
Antes do óculos, a Apple lançou 3 novos Macs completando toda a gama com o chip próprio. A transição, que começou há 3 anos, está agora completa.
Como todo o ano, foram lançadas as versões novas dos sistemas operacionais para todas as plataformas. Isto inclui os AirPods, agora considerados dispositivos com sistema próprio.
De maneira geral, os sistemas completaram várias mudanças introduzidas no ano passado. Destaques para muitos itens que envolvem IA, em tarefas rotineiras, como atender o telefone em uma reunião e “ver” a conversa em texto ao invés de áudio.
Das 2h de duração do Keynote, os últimos 50 minutos foram dedicados ao lançamento do Vision Pro. Sim este é o nome menos especulado entre os rumores.
Algo que ficou claro é que a Apple já vinha preparando o terreno para este lançamento há anos. Dentro dos atuais aparelhos da empresa estão as ferramentas para desenvolvedores chamados de ARKit. São componentes que viabilizam toda a visualização de objetos para Realidade Aumentada. Quando estive, em 2019, na última WWDC 100% presencial, me chamou a atenção a quantidade de palestras dedicadas ao ARKit. Isso evidencia que a Apple está há muito tempo planejando o Vision Pro.
Conforme comentei na última sexta, os usos eram os itens mais aguardados. Já pesquisávamos no Ubilab vários casos como os demostrados pela Apple, pois os usos nos pareciam fazer todo o sentido. A substituição das telas de computadores e de TV nos parecia um caminho muito lógico.
Quanto ao hardware, a Apple inovou mais do que se especulava. Na primeira imagem parecia que se tratava de um vidro transparente que mostrava os olhos do usuário. Depois foi explicado que aquilo era uma tela curva que projeta a imagem simulada. Quem usa o óculos continua interagindo com o ambiente em volta como se estivesse sem. Da mesma forma que os AirPods, no modo transparente, fazem com o áudio.
Falando em áudio, o Vision Pro tem um sistema parecido com o Google Glass, que não tapa o ouvido, mas usa vibração por indução dos ossos para que as pessoas possam ouvir os conteúdos. Isto libera também os ouvidos para interagir com o ambiente.
A bateria externa, ligada a um fio, parece ser opcional para mais autonomia.
Por fim, decepcionou o preço de 3499 dólares e o lançamento só no ano que vem, duas notícias já esperadas.
Talvez mais importante do que o Vision Pro tenha sido o lançamento do VisionOS. O sistema operacional vai ser a base de muitos óculos no futuro, inclusive com preço e tamanho menores. As demonstrações de videoconferência com o FaceTime, simulações de telas de Mac e TV e vários outros cenários evidenciaram o objetivo da Apple: criar uma nova forma de interagir no ambiente digital. Assim como o computador pessoal e o iPhone inauguraram ambientes que ajudaram a mudar nossas relações e mediações digitais, o dia de hoje marcou o inicio de uma nova fase. Os próximos capítulos serão bem interessantes. Na próxima sexta comento sobre as repercussões da semana e as palestras técnicas da WWDC.